Por:Gabriela
Novidade
Sep 2017
O consumo mundial de têxteis atingiu cerca de 73 milhões de toneladas e deve crescer cerca de 4% ao ano até 2025 (APIC, 2014), mas apenas 20% dos tecidos são reciclados a cada ano em todo o mundo (SOEX, 2014).
A produção média de confecção é de 5,5 bilhões de peças (vestuário) e são produzidas no Brasil 1.100.000 toneladas de peças de vestuário anualmente, sendo 12% de desperdícios = 132.000 toneladas. (ABIT, 2013)
Atualmente, a indústria da moda utiliza grandes quantidades de fibras sintéticas, como o poliéster, que domina grande parte do mercado de moda e cuja indústria é a segunda mais poluente do mundo.
Em breve será forçada a resolver alguns dos problemas criados pela produção em massa e, consequentemente, pelo volume significativo de resíduos têxteis gerados e descartados inadequadamente. As fibras manufaturadas (sintéticas) são de difícil absorção e reciclagem causando impactos irreversíveis ao meio ambiente.
A indústria da moda precisa planejar e controlar os resíduos têxteis gerados nos seus processos produtivos para enfrentar os desafios globais, antecipando a regulamentação da lei 12.305/2010 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) no Brasil. E ainda, precisa incorporar aos seus processos produtivos novas matérias primas produzidas de forma responsável.
Incorporar as práticas sustentáveis à cadeia têxtil e de confecção torna-se imprescindível e urgente na tentativa de equacionar os aspectos econômicos, sociais, ambientais e éticos.
A indústria têxtil nacional oferece alternativas em tecidos sustentáveis, orgânicos, biodegradáveis, ecológicos e a indústria de confecção precisa dispor de processos produtivos mais eficientes e modelos de gestão mais inovadores para atender as demandas de maneira mais competitiva, responsável e sustentável em longo prazo.
Antecipando o futuro, as professoras e pesquisadoras de Moda Gabriela Leite Marcondes Schott e Geanneti Tavares Salomon perceberam uma lacuna entre os criadores que possuem um desejo de se adequar aos novos parâmetros sustentáveis exigidos pelo mundo pós-moderno e a efetivação desse desejo, já que os materiais disponíveis para isso não são amplamente conhecidos e não estão catalogados, reunidos em nenhum acervo acessível.
Ficou evidente então a necessidade de implantar esse projeto que servirá como apoio fundamental para os criadores de produtos artesanais ou industriais com um propósito sustentável.
O objetivo da Ecomaterioteca é socializar e democratizar o conhecimento, a pesquisa e a inovação de práticas responsáveis e sustentáveis utilizando os ECO materiais têxteis e Não têxteis disponíveis no mercado nacional, promovendo a interdisciplinaridade e ações coletivas entre instituições públicas e privadas, indústrias e empresas, com o objetivo de sensibilizar a comunidade em relação à necessidade de uso criativo e inovador desses materiais.