Por:Gabriela
Novidade
Nov 2016
A maioria das indústrias de confecção do vestuário no bairro Prado, em Belo Horizonte, M.G., fazem doações dos resíduos considerados maiores, possíveis de serem reutilizados, mas que não têm ações para evitar que os resíduos considerados menores, sem utilidade para reutilização, sejam descartados inadequadamente e dispostos no aterro sanitário juntamente com o lixo comum.
Essas indústrias separam os resíduos do corte, em sacos ou fardos, porém a não os identificam.
A doação para o reaproveitamento dos resíduos têxteis é significativa portanto, evita e reduz o volume descartado de maneira inadequada desses resíduos, valorizando os conceitos da produção mais limpa.
100% das indústrias de confecção do vestuário têm alternativas para redução, sendo que 72% utilizam o Sistema CAD/CAM Audaces e 28% o fazem manualmente.
65% dos entrevistados têm alternativas para reutilização.
100% dos entrevistados afirmaram que não reciclam os resíduos têxteis, e não têm ações efetivas em relação à reciclagem dos resíduos têxteis.
As indústrias de confecção têm preocupações com a disposição final dos resíduos têxteis, apesar de terem afirmado que faltam informações socioambientais para o gerenciamento do processo; capacitação das partes envolvidas em relação aos conhecimentos técnicos na área; os impactos socioambientais desses resíduos, além da dificuldade para descartar corretamente uma vez que não tem coleta seletiva no bairro Prado, além do desconhecimento sobre a existência de indústrias recicladoras de têxteis ou destinatários para a reciclagem dos resíduos têxteis.
Os funcionários envolvidos no processo produtivo e proprietários, têm conhecimentos dos 3 Rs, compreendem os princípios e fundamentos preconizados pela PNRS e estão favoráveis a que os procedimentos de gestão socioambiental precisem ser considerados nas práticas de descarte dos resíduos têxteis; porém não se mostram proativos.
A pesquisa revelou que os entrevistados se mostraram reativos em relação à disposição final dos resíduos têxteis, esperando iniciativas externas, apesar de serem proativos em relação à separação no setor do corte, doação ou venda dos resíduos considerados maiores, para reutilização e reaproveitamento.
O setor de corte é o que mais gera resíduos, sendo que a maioria desses resíduos são sintéticos, com composição 100% poliéster. O controle para minimizar a geração de resíduos é feito no próprio setor através do Sistema CAD/CAM Audaces.
As indústrias de confecção do vestuário priorizam a doação, e as sobras de resíduos têxteis são separadas em sacos não identificados e posteriormente misturados com o lixo comum e dispostos nas calçadas do bairro Prado.
65% das indústrias de confecção não consideram adequada a disposição final dos resíduos têxteis e sugerem a reciclagem como alternativa.
A disposição final ambientalmente correta dos resíduos têxteis deverá ser realizada por meio de práticas de gestão socioambiental nas indústrias de confecção do vestuário.
Os resíduos têxteis podem se tornar matéria-prima para outros processos e produtos concebidos a partir da reciclagem após o descarte, enfatizando a visão sistêmica e visando o conceito de ecodesign.
Com o objetivo de repensar sistemas, reproduzir tecnologias, repassar estratégias de produção alternativa, renovar os processos de produção e os hábitos de consumo, minimizando os impactos socioambientais durante o ciclo de vida dos produtos, reduzindo a geração de resíduos e economizando custos de disposição final.
A visão sistêmica na gestão dos resíduos têxteis faz-se urgente e imprescindível.
Necessita-se reconhecer o resíduo têxtil como reutilizável e reciclável, fomentar o uso de matérias-primas e insumos e incentivar a indústria da reciclagem, conforme os princípios e objetivos da PNRS.