A REVOLUÇÃO DA MODA JÁ COMEÇOU

Por:Gabriela
Novidade

06

Jun 2017

Fui convidada para participar da programação do Fashion Revolution Week Belo Horizonte de 24 à 28 de Abril com a palestra Resíduos Têxteis: práticas com 12 Rs.

E a primeira questão que me veio à cabeça foi:  Quanto + roupas consumimos + resíduos têxteis geramos… Já pensaram nisso?

Precisamos pensar, refletir, questionar, revolucionar e mudar!!!

Precisamos conhecer a realidade dos resíduos têxteis gerados nas indústrias de confecção do vestuário para podermos dimensionar e enxergar o tamanho do problema causado pelo inapropriado descarte dos resíduos têxteis pós-industrial e pós consumo.

Segundo a ABIT (2013) o setor reúne mais de 32 mil empresas – 80% são confecções de pequeno e médio portes, em todo o território nacional. A estrutura da cadeia de valor da moda atualmente no Brasil é composta por 77.568 empresas de confecções, 2.007 empresas de tecelagem e 905 empresas de fiação.

O Brasil é o 4º maior parque produtivo de confecção do mundo, representa 16,7% dos empregos e 5,7% do faturamento da indústria de transformação e a produção média de confecção é de 5,5 bilhões de peças (vestuário).

De acordo com a ABIT (2012), são produzidas no Brasil 1.100.000 toneladas de peças de vestuário, anualmente, sendo 12% de desperdícios = 132.000 toneladas

Até 2020, qualquer resíduo sólido produzido deverá ser corretamente destinado, incentivando a indústria da reciclagem e a cooperação entre os diferentes stakeholders, fomentando as ações que envolvam a responsabilidade compartilhada durante o ciclo de vida dos produtos, conforme a PNRS.

As indústrias de confecção do vestuário geram grande quantidade de resíduos têxteis provenientes dos processos produtivos que impactam o entorno. É uma indústria que gera impacto socioambiental e ainda não observa a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

Considerando o princípio da visão sistêmica e as variáveis ambiental, social, econômica, tecnológica, cultural e ética, necessita-se incentivar sistemas de produção mais limpa, bem como o desenvolvimento de tecnologias limpas.

Neste contexto, a economia circular constitui um modelo de produção e processo transformador, no qual os resíduos têxteis retornam ao ciclo produtivo por meio da logística reversa, ao invés de serem inadequadamente descartados, conforme preconizam as políticas PERS e PNRS.

A economia circular é uma alternativa para reutilização dos produtos e resíduos produzidos em uma indústria, por outra indústria, ou seja, os resíduos de uma indústria seriam utilizados como matéria-prima por outra (OECD, 2001). A economia circular fomenta a gestão integrada dos resíduos industriais.

O descarte ambientalmente correto dos resíduos têxteis, nas indústrias de confecção do vestuário, precisa ser estruturado nas práticas de gestão socioambiental, integrando os diferentes stakeholders, envolvidos nesse processo, para a possível reciclagem desses resíduos.

No Brasil não temos ainda nenhum processo de sistematização da gestão dos resíduos têxteis, portanto faz-se urgente e necessário visto o volume desses materiais descartados nos aterros sanitários.

COMO MUDAR?

1.Repensando todo o processo produtivo;

2.Estimulando a adoção de padrões sustentáveis de produção;

3.Desenvolvimento de tecnologias limpas;

4.Implementando práticas de descarte dos resíduos têxteis – 12 Rs.


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